Terapia da Dignidade: ressignificando o adoecimento
- Dra. Erika Ramos

- 13 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de fev.
Nos cuidados paliativos, o objetivo principal é proporcionar qualidade de vida e aliviar o sofrimento, seja físico ou emocional. Mas o que muitas vezes esquecemos é que, por trás de cada paciente, há um ser humano com uma história, com sentimentos, com memórias e com um desejo profundo de manter a sua dignidade até os últimos momentos da vida. É aí que entra a Terapia da Dignidade.
Desenvolvida pelo médico Harvey Chochinov, a Terapia da Dignidade foca no fortalecimento da autoestima do paciente, valorizando sua identidade e promovendo o respeito às suas decisões e ao seu legado. Em momentos de fim de vida, é essencial proporcionar uma sensação de controle e autonomia, minimizando os sentimentos de impotência e desamparo que frequentemente surgem.
O Que é a Terapia da Dignidade?
A Terapia da Dignidade é uma abordagem baseada no respeito profundo ao indivíduo. Ela busca melhorar o bem-estar emocional de pacientes com doenças avançadas, ajudando-os a lidar com o sofrimento existencial, como o medo da morte, o luto antecipado e o sentimento de perda de controle sobre a própria vida.
A terapia se concentra em ajudar o paciente a refletir sobre a sua vida, suas conquistas e a manutenção de seu legado, promovendo um senso de continuidade, valorização e pertencimento. A técnica envolve, entre outras coisas, a escuta ativa, o reconhecimento da história de vida, proporcionando um espaço para que ele compartilhe suas angústias, arrependimentos e desejos.
Benefícios da Terapia da Dignidade
Promoção do Sentido de Vida: Em tempos de sofrimento, é comum o paciente questionar o propósito de sua vida. A terapia ajuda a resgatar o valor da existência, proporcionando significado nas últimas fases da vida.
Redução do Sofrimento Psicológico: Ao trabalhar as questões emocionais e existenciais, a terapia ajuda a aliviar a angústia, a ansiedade e o medo da morte.
Apoio à Autonomia: Ao ouvir o paciente, a terapia ajuda a reforçar o controle sobre a própria jornada. Decisões sobre o final da vida, desejos e preferências são respeitadas, aumentando o senso de dignidade.
Conclusão
A Terapia da Dignidade é uma poderosa ferramenta dentro dos cuidados paliativos, pois se dedica a algo muito além do cuidado físico. Ela reconecta o paciente com sua humanidade, suas emoções e seu valor. Em tempos de fragilidade, permitir que a pessoa sinta que sua vida foi significativa e que ela pode partir com a cabeça tranquila é um presente inestimável. Afinal, a dignidade é um direito de todos, e não deve ser esquecida mesmo nos momentos mais difíceis.
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